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Primeiro encontro sobre pesquisa participativa baseada em comunidade tem a presença de pesquisadoras do Projeto Xingu, do IEAC e da agits


Já imaginou se as pessoas pudessem pensar juntos com a Universidade sobre uma pergunta de pesquisa? E mais, imagine essas pessoas sendo co-autoras de um artigo científico pela sua contribuição na pesquisa?

Essa foi uma das discussões no primeiro encontro sobre Pesquisa Participativa Baseada em Comunidade (PPBC) realizado na Universidade Federal de São Paulo com a pesquisadora da Universidade do Novo México, Nina Wallerstein e pesquisadoras de outros campi da Unifesp. As ferramentas e metodologia da PPBC estão registradas no livro 'Pesquisa Participativa e Empoderamento' (Editora Hucitec). O livro tem co-autoria de Rosilda Mendes, professora sênior do Campus Baixada Santista da Unifesp.

"Trazer a pesquisa participativa para a Unifesp de forma metodológica fortalece as inovações sociais e o impacto em políticas públicas em nossa Universidade, pois é assim que as pesquisas de ponta são feitas em outros países", explica Sylvia Maria, Bióloga da Agência de Inovação Tecnológica e Social (agits) da Unifesp. e mediadora do evento. Além de apresentar a metodologia PPBC, foi reforçada a importância da participação da comunidade além muros universitários na formulação das pesquisas acadêmicas.

A pesquisa participativa tem um tempo diferente do que se está acostumado na pós-graduação e propõe que as pesquisas não tenham um ciclo fechado no período de uma tese e sim, estejam além dele. "Tempo não é um problema quando se muda a mentalidade sobre a pesquisa de forma inclusiva, transversal e bidirecional e quando a relação com as pessoas e seu território tem continuidade”, explica Sofia, coordenadora do Projeto Xingu.

A PPBC tem bases nas teorias de Paulo Freire e, diferente do que se imagina, conta com avaliação qualitativa e quantitativa para análise de dados bem como ferramentas e indicadores que são analisados de forma coletiva - pesquisadores e comunidades juntos em todo o processo. "Uma das ferramentas de maior interesse para os estudantes de graduação é o rio da vida. É possível ter uma visão mais ampla do processo de aprendizagem e do progresso da pesquisa. Os estudantes estão desejosos por novas técnicas e metodologias científicas com esse direcionamento", conta Taiza, vice-presidente do IEAC.

Durante o encontro, pesquisadoras da dos campus da Baixada Santista, de São José dos Campos e de São Paulo discutiram (presencialmente e online) sobre como fazer a PPBC e fortalecer o que já tem sido feito. "Vocês têm muitos outros passos para dar na Unifesp e será muito produtivo", reforça Nina.

Após o encontro, a reitora da Unifesp, Raiane Assumpção, recebeu Nina e trouxe a figura de pesquisadores e pesquisadoras sociais para os projetos que contam com pessoas da comunidade como co-pesquisadores no processo. Estas e outras ações contribuem para encorajar a implementação mais ampla da PPBC na Unifesp.

 

Livro: https://lojahucitec.com.br/produto/pesquisa-participativa-e-empoderamento-teorias-e-praticas-de-participacao-social-nina-wallerstein-rosilda-mendes-carmen-lucia-albuquerque-de-santana-laura-chanchien-parajon-orgs/

Artigo científico:
file:///Users/sylsaghira/Desktop/HSP_44_2023.pdf