Documento confere propriedade de invenção a pesquisadores responsáveis por sistema de monitoramento da ECA
A Unifesp obteve esse ano, com o apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), sua primeira Carta Patente de Propriedade Intelectual, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Em cotitularidade com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o documento confere propriedade de invenção aos pesquisadores da Unifesp que desenvolveram um sistema de monitoramento da atividade da enzima conversora da angiotensina I (ECA), à base de substratos com supressão intramolecular de fluorescência.
Sob a coordenação da Professora do Departamento de Biofísica, Adriana Karaoglanovic Carmona, o projeto teve início em 1995, mas o primeiro depósito foi efetuado apenas em novembro de 2002. Na ocasião, a docente trabalhava ao lado dos professores Luiz Juliano Neto e Maria Aparecida Juliano e dos estudantes Marcio Alves, Robson Melo e Maurício Araújo, em busca de um método sensível e rápido para a dosagem da ECA.
Uma das enzimas do sistema hipertensor renal, a ECA tem um importante papel na manutenção da homeostasia circulatória, sendo encontrada em fluídos biológicos e no endotélio vascular de vários órgãos. Quando cliva (quebra) a angiotensina I, gera o potente vaso constritor angiotensina II, que se liga a receptores específicos promovendo a vasoconstrição, liberação do hormônio aldosterona (controlador da absorção/excreção de sódio e potássio) e outros eventos que levam à elevação da pressão sanguínea. A ECA também é responsável pela inativação da bradicinina, vasodilatador e permeabilizador das paredes dos vasos.
Por estar diretamente relacionada à hipertensão arterial e a doenças como sarcoidose, asbestose, silicose, trombose e disfunções endoteliais, a enzima desperta há muito a atenção da indústria farmacêutica. Por isso, a aplicabilidade prática da invenção, dentre outras, consiste na sua utilização em laboratórios que administram a ECA em nível clínico ou que desenvolvem pesquisas na área.
Notícia elaborada por Valquíria Carnaúba (DCI/Unifesp)