A Comissão da Verdade Marcos Lindenberg repudia veementemente a suspensão da nomeação da professora Soraya Smaili para o cargo de Reitora da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, eleita pela comunidade acadêmica em uma histórica consulta pública paritária nesta universidade. E exige das autoridades competentes a única solução possível: a confirmação e legitimação do resultado deste pleito.
NOTA DE REPÚDIO À SUSPENSÃO DA POSSE DA REITORA DA UNIFESP
A Comissão da Verdade Marcos Lindenberg repudia veementemente a suspensão da nomeação da professora Soraya Smaili para o cargo de Reitora da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, eleita pela comunidade acadêmica em uma histórica consulta pública paritária nesta universidade. E exige das autoridades competentes a única solução possível: a confirmação e legitimação do resultado deste pleito.
Nos últimos anos a UNIFESP tem buscado aprofundar princípios democráticos para o desenvolvimento da universidade, e a consulta pública para a escolha do cargo máximo da instituição, que visa equivaler os votos das três categorias (Docentes, Técnicos e Estudantes), vinha sendo uma experiência salutar.
Interromper esse processo é absolutamente arbitrário, é autoritário e antidemocrático. Sobretudo ao se considerar que a lista tríplice foi submetida ao MEC pelo Conselho Universitário, que ainda dispõe de uma composição desigual entre integrantes da comunidade universitária, alinhado às mesmas normas com as quais o Sr. Antonio Carlos Lopes e o MEC, ao acolher sua objeção, tentam deslegitimar o processo.
Lembramos que há algumas décadas, nos primeiros dias após o golpe militar, o MEC interviu de modo semelhante, destituindo o então Reitor, Prof. Dr. Marcos Lindenberg, de seu cargo. Esta medida foi a primeira de uma série de ações autoritárias que provocaram inúmeras violações de direitos aos membros desta comunidade durante todo o período de exceção promovido pela Ditadura Militar e seus agentes civis, conforme apresentado no Informe público desta mesma comissão durante sessão do Conselho Universitário em 14 de dezembro de 2016.
Não podemos permitir que violações como essa se repitam.
Reiteramos nossa defesa inexorável da democracia, incluindo o princípio da autonomia universitária e seu direito de escolher democraticamente seus dirigentes. Assim como nos opomos a quaisquer ações autoritárias, as que marcaram com terror nosso passado, ou as que tem insistentemente assinalado com assombrosa violência nossos tempos.