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Espetáculo cênico / musical baseado nas canções praieiras de Dorival Caymmi, no qual um grupo de 40 cantores / atores executa um ciclo de 13 canções a quatro vozes, acompanhados por três percussionistas.

Objetivos
Difundir a obra do compositor baiano Dorival Caymmi por ocasião da comemoração dos seus 90 anos e ressaltar sua importância no panorama da Música Popular Brasileira. 
Apresentar ao público um repertório de canções pouco veiculado pela mídia em geral, com o intuito de aproximar o espectador da riqueza poética e musical de Dorival Caymmi, explorando os elementos visuais e sonoros que compõem a sua obra.
Propor ao público uma nova forma de escuta das canções de Caymmi, recriados para 4 vozes mistas com arranjos inéditos.

Sinopse
Compostas em épocas distintas e lançadas em discos diferentes no decorrer das várias fases da carreira de Caymmi, as canções praieiras constituem um ciclo que tem a vida dos pescadores e sua relação com o mar como tema central. 
Essa motivação praieira permeia diversas fases da vida do compositor e o faz recriar com extrema vivacidade a atmosfera que compõe a vida do “homem do mar”: seu trabalho, suas relações familiares, suas crenças religiosas, sua fé, seus medos e seus amores. 
As canções possuem um caráter descritivo que visa reproduzir a sonoridade do mar e transmitir emoções vivenciadas pelos pescadores e, por essas razões, criam uma grande proximidade com o público. Além disso, as canções contêm em si marcas fundamentais de costumes, festas, estórias, lendas e crendices do povo da Bahia que, na sua grande maioria, remetem ao sincretismo religioso afro-europeu, o qual exerce influência significativa na vida dos baianos.
As músicas que compõem o espetáculo estão ordenadas de modo a contarem histórias sobre as vidas desses homens – as “lendas do mar” – cada qual com foco em uma determinada situação ou emoção, que remetem desde à alegria das celebrações e festas religiosas realizadas pelos moradores praianos, à dor das mães e esposas que perdem seus filhos e maridos no mar.
A narrativa se forma por meio do texto que é contado / cantado pelo grupo no decorrer do espetáculo. A maioria dos personagens descritos nas canções é personificado no musical, como o casal Rosinha e Pedro de O Mar, ou Chico, de A Jangada Voltou Só. 
O grupo se encontra devidamente caracterizado, com figurinos estilizados que auxiliam na composição do retrato que se faz dos pescadores. Cenário, objetos cênicos e adereços também são utilizados como suporte da interpretação.
Ao contrário de Dorival Caymmi, que transfere para as suas canções as imagens cotidianas que observa, o Coral Unifesp se apropria das imagens sugeridas pelo compositor para, a partir delas, construir um espetáculo repleto de emoção e poesia.

Dorival Caymmi
Nascido e criado em Salvador, Bahia, em 1914, Dorival Caymmi teve seu primeiro contato com a música em um coro de igreja. Nunca estudou música: aprendeu a tocar violão por conta própria em estilo muito pessoal e peculiar, influenciado pelos violonistas populares que ouvia e observava pelas ruas de Salvador.
Em 1935, começou a cantar na Rádio Clube da Bahia, onde foi lançado como compositor pelo radialista Gilberto Martins com o programa “Caymmi e suas canções praieiras”. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1938 e, a partir daí, deu início a uma carreira artística de sucesso e  reconhecimento que teve como ponto de partida a gravação da sua canção “O que é que a baiana tem?” por Carmem Miranda para o filme Banana da Terra. A canção escolhida inicialmente como tema do filme havia sido “Na baixa do sapateiro”, de Ary Barroso. No entanto, em função da falta de um acordo financeiro entre o compositor e a produção do filme, Caymmi foi convidado a substituí-lo. Desde então, não parou mais.
Gravou seu primeiro disco, por insistência de Carmem Miranda, em 1939, com a gravadora Odeon e, no mesmo ano, passou a atuar como cantor da Rádio Nacional onde conheceu sua esposa, a cantora Stella Maris. Ainda em 1939 lançou duas das suas canções praieiras: “Rainha do Mar” e “Promessa de Pescador”. Transformava-se, a partir de então, em êxito nacional, definido como autor cuja temática estaria sempre ligada ao mar e às tradições populares da sua gente.
A obra de Caymmi resulta em estilos variados, como as canções praieiras, os sambas e o samba-canção. O compositor se utiliza, nas suas obras, de um vocabulário harmônico sofisticado, pouco convencional para a sua época. Segundo a jornalista Regina Porto, “Caymmi acabou com o acorde perfeito. Foi mais que o precursor da bossa nova. Foi seu profeta duas décadas antes.” Regina menciona também a facilidade e habilidade que Caymmi tem para lidar com palavras, o que consiste em impressionante capacidade de síntese: “Com meia dúzia de palavras, pode formar um quadro completo, enxuto ao máximo, como um Haicai sonoro pacientemente elaborado (...).”      

Repertório (Todas as composições são de Dorival Caymmi).

Pescaria ­ Arr. Cristina Bottura

O Mar * ­ Arr. Roberto Rodrigues

O Bem do mar * ­ Arr. Cristina Boturra

Quem vem pra beira do mar * ­ Arr. Walter Jr.

O Vento * ­ Arr. Roberto Rodrigues

Lenda do Abaeté ­ Arr. Teco Galati

Promessa de pescador * ­ Arr. Walter Jr.

Noite de temporal * ­ Arr. Daniel Reginato

É doce morrer no mar** ­ Arr. Ernest Widmer

A jangada voltou só * ­ Arr. Mônica Thiele

Saudade de Itapoan * ­ Arr. Roberto Rodrigues

Dois de fevereiro * ­ Arr. Eduardo Fernandes

Suíte dos pescadores ­ Arr. Damiano Cozzella

* Arranjos feitos especialmente para este espetáculo.

** Composta em parceria com Jorge Amado.

Ficha técnica

Direção Musical e Regência: Eduardo Fernandes
Direção Cênica: Reynaldo Puebla
Preparação Vocal: Maria Lúcia Waldow
Monitores: Ana Marion Loyola, Daniel Reginato, Walter Jr. E Valter Satomi
Percussão: Adriana Prior, Alexandre Cueva, Júlio de Zambê 
Figurinos: Érika Bordin
Cenário: Evolution Filmes
Solistas:Cassiano Alves, Robson Cabrera, Walter Jr.
Intervenções Cênicas:? Alessandra Vidotti, Carlos Freitas, Cecília Nahas, Daniel Reginato, Débora Lazarini, Edileyne Mendonça, Eufraudisio Modesto, Luciana Garrido, Madalena Herglotz, Monalisa Neves, Roberval Nunes
Texto (Lenda do Abaeté): Cecília Nahas e Reynaldo Puebla
Adereços: Carolina Garrido, Érika Bordin, Fernando Minto e elenco
Iluminação: Reynaldo Puebla
Equipe de Criação: Alessandra Vidotti, Ana Barbára, Carlos Freitas, Carolina Garrido, Fernando Minto, Paulo Cruz e elenco
Equipe de Apoio:Adriana Pacheco, Cecília Nahas, Cris Serpa, Débora Lazarini, Fátima Xavier, Maria Fernanda, Maria Yamauchi.
Direção de Arte (programa): Daniel Reginato
Fotos:Valentine Moreno Agradecimentos: André Luiz de Carvalho, Agnelo, Arthur Medeiros, Elizabeth Zaccariotto, Heloisa Spolverini, Mutt, Tânia Roiphe

Coralistas

Tenores
Alex Marcelino, Cassiano Alves, Paulo Vicente, Roberval Nunes, Robson Cabrera, Tiago Viotto, Eduardo Rodrigues.

Baixos
Carlos Freitas, Cícero Nogueira, Daniel Reginato, Eufraudisio Modesto, Marcos Zanetti, Rafael Henrique, Thitcho, Valter Satomi, Walter Jr, Carlos da Silva.

Sopranos
Alessandra Vidotti, Ana Barbára, Carolina Garrido, Cecília Nahas, Cris Serpa,  Débora Lazarini, Jaqueline dos Santos, Madalena Herglotz, Maria Yamauchi.

Contraltos
Adriana Pacheco, Andressa Feigel, Carolina Silveira, Christina Raposo, Cristina Borrego, Edileyne Mendonça, Lilian Satiro, Luciana Garrido, Mariana Calzavara, Monalisa, Neves, Sheila Serrano, Clara Rocha, Silvana Santos.

Fotos

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