OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS)

Trata-se de uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável (setembro 2015), que é composta por 169 metas e 17 objetivos a serem atingidas até 2030. Nesta agenda, estão previstas ações mundiais em diferentes áreas como: erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, industrialização, entre outros.
Os temas previstos nesta agenda contemplam 4 dimensões principais:

Social - Relacionada as necessidades humanas, de saúde, educação, melhoria da qualidade de vida e justiça.
Ambiental - Trata da preservação e conservação do meio ambiente com ações que vão desde a reversão do desmatamento, proteção das florestas e da biodiversidade, combate à desertificação, uso sustentável dos oceanos e recursos marinhos até a adoção de medidas efetivas contra mudanças climáticas.
Econômica - Aborda o uso e o esgotamento dos recursos naturais, a produção de resíduos, o consumo de energia, entre outros. 
Institucional - Refere-se a capacidades de colocar em prática os ODS.

O alcance dessas metas exige uma ação coordenada entre governos, empresas, academia e sociedade civil. E, nesse sentido, as universidades têm papel importante não apenas nos esforços para sua aplicação, mas como importante fonte de conhecimento e experimentação, cuja interação pode contribuir para produção e divulgação do conhecimento como base elementar da ação. A universidade é um espaço fundamental para que a aprendizagem e o ensino proporcionem conhecimento, habilidades e motivação para compreender e abordar os ODS. 

Na Pós-graduação, é importante haver um esforço na área da pesquisa para fornecer as evidências científicas, soluções e tecnologia que vislumbrem os caminhos possíveis para a implantação dos ODS. Nesse sentido, a universidade tem papel de liderança, mas para além disso, tem papel na facilitação do diálogo e nas possíveis ações intersetoriais que possam ajudar a projetar políticas públicas baseadas nos ODS, incorporar os princípios dos ODS por meio da governança e da gestão, promover diálogo com a sociedade em geral e criar alianças de cooperação com foco estratégico na incorporação dos ODS nas agendas governamentais e empresariais, fortalecer o compromisso público da universidade como responsável e comprometida, contribuir com a criação de políticas públicas com o compromisso social e o desenvolvimento. Assim, é notório o protagonismo que a universidade tem no processo de modificação da realidade e, portanto, na consolidação dos 17 objetivos sustentáveis investindo em ações de mobilização e engajamento da comunidade.

É com esse foco que a Câmara de Pós-graduação e Pesquisa do Instituto de Saúde e Sociedade traz os 17 objetivos que permeará as pesquisas desenvolvidas nos âmbito dos seus Programas de Pós-graduação. Conheça cada um clicando nas imagens abaixo (Fonte: Nações Unidas Brasil):  

 

1 Erradicação da Pobreza

ODS e os PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Em um esforço bastante articulado, a Câmara de Pós-Graduação e Pesquisa e os Programas de Pós-graduação (PPG) do Instituto de Saúde e Sociedade (ISS) têm trabalhado pela institucionalização da Agenda 2030 e dos ODS. Sabe-se que as pesquisas científicas dentro das temáticas dos ODS trazem uma contribuição muito relevante para o alcance das metas e, por isso, estamos alinhados com essa importante demanda que é, inclusive, de extrema relevância social. Dito isso, abaixo listamos os PPG’s do ISS e as metas que já estão sendo trabalhadas por meio de pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação nesse contexto.

Bioprodutos e Bioprocessos

O PPG-Biopro tem por objetivos a formação de pessoal qualificado para o exercício de atividades de ensino, pesquisa e extensão, para o exercício profissional de elevada qualidade e a produção de conhecimento nas diferentes áreas do saber relacionadas à Biotecnologia.

Linhas de Pesquisa e os ODS

Biomateriais: Baseado no alto índice de traumas e lesões que acometem os sistemas musculoesquelético, nervoso e cartilaginoso no Brasil, torna-se de suma importância o desenvolvimento de tratamentos inovadores que sejam cada vez mais eficazes, seguros e de custo reduzido, para serem utilizados no tratamento dessas afecções. Dentro desta temática, o ambiente marinho é amplamente favorável ao fornecimento de matéria prima no desenvolvimento de produtos biotecnológicos para a utilização no tratamento dessas lesões. Organismos marinhos como esponjas, tunicados, corais, macroalgas e micro-organismos produzem pequenas moléculas (metabólitos secundários) estruturalmente únicas, que atraem, há décadas, a atenção da comunidade científica, principalmente por exibirem propriedades farmacológicas e anti-incrustantes. Ainda, os biomateriais sintéticos como as biocerâmicas, os metais e os polímeros também apresentam grande potencial regenerativo. A compreensão das características físico-químicas dos biomateriais é de fundamental importância para a previsibilidade do seu comportamento em contato ao tecido vivo, fornecendo informações para a escolha do biomaterial mais indicado na utilização em intervenções terapêuticas e no processo de aceleração do reparo tecidual. Deste modo, essa linha de pesquisa tem como objetivos estudar a biocompatibilidade e a citotoxicidade de scaffolds manufaturados a partir de espécies de esponjas marinhas e de diversos materiais sintéticos, bem como, avaliar os efeitos destes no processo de reparo tecidual utilizando diversos modelos experimentais.

Bioprospecção: O reconhecimento da natureza como fonte de produtos e processos biológicos data desde as civilizações mais antigas. Ainda assim, a exploração de moléculas funcionais derivadas de organismos vivos, isto é, os produtos naturais, floresce até os dias recentes. Entretanto, foi apenas há cerca de 50 anos que o ambiente marinho passou a ser explorado, também, a partir desta perspectiva. O Brasil abriga uma megabiodiversidade e um litoral contínuo de cerca de 8.000 km de extensão, o que representa um grande potencial para a descoberta de moléculas de interesse biotecnológico. O esforço empreendido na busca destes produtos ou processos a partir da natureza, assim chamado de bioprospecção, apoia-se, inicialmente, na identificação e caracterização de componentes bioativos originários de macro e microorganismos do ambiente marinho. O aproveitamento de moléculas naturais demanda, ainda, uma exploração racional, porém eficaz, da biodiversidade, buscando inovar quanto aos espaços explorados, sejam estes ambientais, taxonômicos, químicos, genômicos ou de alvos de ação. Vale ressaltar que este processo abrange, ainda, o desenvolvimento de métodos para a produção destes componentes, garantindo o uso e o suprimento sustentável dos produtos identificados. Assim, a presente linha de pesquisa tem por objetivo identificar moléculas funcionais a partir da biodiversidade marinha brasileira, visando o reconhecimento de novos produtos ou processos de alto valor econômico e social. Finalmente, também se pretende a implementação de novas estratégias, bem como o desenvolvimento de tecnologias inovadoras voltadas à bioprospecção racional e sustentável dos recursos marinhos.

Biorremediação: A biorremediação é definida como sendo o uso de processos biológicos para degradar, transformar e/ou remover contaminantes de uma matriz ambiental, como água ou solo. A biorremediação é um processo que ocorre naturalmente pela ação de bactérias, fungos e plantas, onde os processos metabólicos destes organismos são capazes de utilizar estes contaminantes como fonte de carbono e energia. A atenuação natural monitorada é um conceito pelo qual uma área contaminada é remediada por biodegradação natural. Para a correta avaliação destes processos, uma combinação de métodos químicos e biológicos é normalmente utilizada. Os processos de atenuação natural podem ser iniciados ou acelerados através da manipulação das condições ambientais, tornando-as favoráveis para que a comunidade presente no local degrade o poluente, seja através da adição de nutrientes específicos ou pela adição de comunidades específicas. Muitos compostos, comprovadamente tóxicos, têm sido introduzidos no meio ambiente pela atividade humana. A exposição a estes contaminantes causa muitos riscos, tanto ao ambiente como à saúde humana. Por esta razão, entender estes riscos e desenvolver técnicas de remediação tornam-se de extrema importância. Neste contexto, esta linha de pesquisa tem como objetivo a prospecção e utilização de métodos biológicos que possam ser dirigidos à degradação de compostos orgânicos sintéticos, bem como avaliar a identidade taxonômica e vias metabólicas que podem ser empregados em esforços de biorremediação. Mais além, o emprego e desenvolvimento de métodos químicos são essenciais para a validação e constatação da eficácia desses processos.

Bioensaios e ecotoxicologia: Entre as principais ameaças ao equilíbrio sustentável dos ecossistemas costeiros e marinhos figuram tanto o múltiplo uso da área imediatamente ligada ao continente, como a exploração de recursos oceânicos. Desde o século XIX, a Baixada Santista apresenta atividades com potencial impacto ambiental e sobre a saúde humana, tais como, operações portuárias, despejo de efluentes municipais e industriais, turismo, pesca, aquicultura, além das novas perspectivas relacionadas ao plano desenvolvimento do Porto de Santos e às atividades de exploração de Petróleo e Gás nas áreas recentemente descobertas da Bacia de Santos. Por outro lado, o ambiente costeiro e marinho abriga uma grande biodiversidade, que pode possibilitar o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, resultando em melhorias na qualidade de vida da população. Nesse contexto, faz-se necessário o desenvolvimento e aplicação de métodos destinados a identificar os efeitos da poluição e testar novos produtos em potencial, investigando seus efeitos sobre a saúde humana e ecossistemas. Estudos ecológicos, ecotoxicológicos e experimentais (in vivo e in vitro) integrando diferentes linhas de evidência proporcionam uma visão abrangente das relações entre a poluição e seus efeitos à biota e à saúde humana, e constituem um instrumento essencial para a tomada de decisão em programas de gestão ambiental. Esta linha de pesquisa visa contribuir para a harmonização entre os avanços no campo das ciências ambientais e biotecnologia. A aplicação é de interesse público, além de contribuir com a compreensão do funcionamento e interdependência dos sistemas ecológicos e socioeconômicos, visando a sustentabilidade das atividades.

391012131417