Tese de doutorado de Geraldo Dias

 Esta tese tem por objetivo investigar a recepção da filosofia de Nietzsche no Brasil entre os anos de 1876 e 1945. Para tanto, defende a hipótese de que, dada as características da primeira recepção da filosofia nietzschiana, entre autores germanistas e pré-modernistas, dois aspectos contrastantes do movimento literário modernista brasileiro foram acentuados: de um lado, a renovação crítico-literária e ensaístico-interpretativa, e, de outro lado, o conservadorismo político-ideológico. Como meio de comprovar essa hipótese, examina-se, de início, como chegaram ao país os primeiros materiais a respeito de Nietzsche, em particular entre os autores do movimento germanista, que, a partir de 1876, fizeram as primeiras leituras e traduções da sua filosofia a partir da língua alemã. Em seguida, investiga-se a recepção da filosofia de Nietzsche no pré-modernismo, que, diferente do que aconteceu no movimento germanista, teve por marca empréstimos franceses, como se verifica em textos de autores como José Veríssimo, Albertina Bertha e Elísio de Carvalho. Por fim, analisa-se a recepção da filosofia de Nietzsche no movimento modernista brasileiro, com ênfase nos escritos ensaístico-interpretativos e crítico-literários de Paulo Prado, de Gilberto Freyre e de Sérgio Buarque de Holanda, produzidos entre os anos de 1922 e 1945.

 

Texto disponível: A Recepção de Nietzsche no Brasil.pdf