{slider A recepção de Nietzsche nos movimentos de extrema direita no Brasil: Eugenismo e Integralismo, por Geraldo Dias}

Este projeto de pesquisa investiga se houve uma recepção de Nietzsche em movimentos de extrema direita no Brasil. Nossa hipótese inicial é de que sim, no sentido de que houve uma apropriação política e ideológica de sua filosofia em dois movimentos de extrema direita brasileiros do início de século XX: o movimento eugenista e o movimento integralista. Com efeito, o movimento eugenista se apropriou do pensamento nietzschiano para fundamentar suas propostas de controle matrimonial, com vistas a uma proposta de procriação seletiva; já o movimento integralista operou de maneira conservadora e ambígua com certas ideias da filosofia nietzschiana para corroborar o seu nacionalismo ufanista e autoritário, bem como para abalizar o seu conceito de Homem Integral.

{slider A recepção da filosofia de Nietzsche na Escola de Recife, por Tiago Pantuzzi}

Essa pesquisa analisa a primeira recepção da filosofia de Nietzsche no Brasil, a partir de 1876, quando ocorre a primeira citação do filósofo em solo nacional, feita por Tobias Barreto, no bojo domovimento intelectual conhecido como Escola de Recife, e estende suas análises até 1924. A hipótese interpretativa que defenderemos é a de que o pensamento de Nietzsche, ao ser apropriado em parte por esses intelectuais, serviu para diminuir a presença do neotomismo e do positivismo, abrindo a via, mesmo que indiretamente, para uma alteração profunda nos trabalhos de interpretação do Brasil. Visando à comprovação de nossa hipótese, perscrutaremos, a partir de dois grande eixos, a maneira pela qual essa empreitada teria sido levada a bom termo. Num primeiro momento, investigaremos, se uma nova ética, necessária para se contrapor à visão neotomista e positivista predominantes, não se respaldaria nos conceitos nietzschiano de além do homem e transvaloração dos valores. Essa investigação será realizada a partir dos membros selecionados da Escola de Recife. Num segundo, se a criação de uma nova estética da escrita, advinda igualmente do estilo dos trabalhos e das propostas nietzschianas, não colaboraram para o desenho de um pensamento político inovador, de inspiração anarquista. Empreitada que realizaremos a partir do círculo intelectual do José Oiticica e Gilberto Amado.

 

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