Augusto dos Anjos ou incipit tragoedia: as máscaras de Dioniso na poesia de Eu
Tese de Doutorado de Casemiro, Fábio Martinelli (Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp).
Nesta tese explico como a poesia da obra Eu (1912) de Augusto dos Anjos (1884-1914) organiza-se estilisticamente pelo trágico moderno. A forma trágica que caracteriza essa poesia se mostra pela constante troca de máscaras (personas) que perpassa toda a obra, fazendo da derrisão (paródica) importante estratégia de devoramento das múltiplas tradições científicas, filosóficas, religiosas e poéticas com as quais dialoga. Tal postura irreverente e profanatória – juntamente com o jogo entre os princípios apolíneo (imagem) e dionisíaco (musicalidade mastigatória) – nos levam a reconhecer a relação que essa poética mantém com a filosofia do trágico, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Pela organicidade dos poemas, é possível reconhecer na obra Eu o pessimismo dionisíaco, afirmativo da vida, com o qual o eu lírico multi-persona afirma o “sentido da terra” nietzschiano.
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