Dissertação de Mestrado de Rafael Gonçalves da Silveira
Este trabalho tem como objetivo mostrar como o pensador brasileiro Mário Ferreira dos Santos defendeu Friedrich Nietzsche das apropriações nazistas e como interpretou o conceito de vontade de potência no ensaio “O ensaio que foi um campo de batalha”. Esse ensaio foi escrito em 1943 sendo publicado em 1945, como prefácio de sua tradução de A vontade de potência. A fim de contextualizar o ensaio publicado por Mário Ferreira apresentaremos a principal interpretação nazista de Nietzsche feita por Alfred Baeumler no livro Nietzsche filósofo e político de 1931. Posteriormente mostraremos como Heidegger partindo dos seus próprios conceitos interpretou a filosofia de Nietzsche como metafísica. Por último analisaremos como Mário Ferreira, ao elucidar os conceitos nietzschianos, vai afastar o filósofo das interpretações nazistas e ao defender uma concepção da vontade de potência como não substancial e simbólica, inaugura uma compreensão moral e política bastante diferente daqueles dois intérpretes alemães.