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Resultado do concurso cultural temático "Unifesp Mostra sua Arte - UMA 2021 - Cultura e Memória" na categoria 2 Imagem (fotografia, desenho, artes graficas quadrinhos, pintura)  

#Uma2021 #UnifespMostraSuaArte2021 #cultura #arte #ProecUnifesp

 

1º Lugar - Título: povos originários
Minha criação tem como intuito destacar a luta por terras indígenas, diante da dimensão do chamado Marco temporal: uma ação do Supremo Tribunal Federal que defende que os povos originários só podem reivindicar terras onde já estavam desde 5 de outubro de 1988. Essa ação é defendida pela bancada ruralista e instituições conectadas à agropecuária, porém, é uma ação que comina com a perda de direitos dos povos indígenas, de forma que ameaça o apagamento da história desses povos, menosprezando, assim, sua cultura e memória. Busquei representar a força dos povos originários, que reforçam que sua história não começa apenas em 1988 e protestam pelas vidas e terras indígenas, contra o projeto que ignora que povos foram expulsos de suas terras de maneiras violentas, para expansão rural e urbana e pelo desmatamento. (Utilizei como inspiração uma foto da Amanda Perobelli com Indígenas participando de protesto no segundo dia de julgamento da ação, pelo Supremo Tribunal).
 
2º Lugar - Título: Série Azul e Verde: A-1
A obra A-1, assim como toda a série Azul e Verde, é o resultado e a reação à uma proposta de oficina cultural realizada no ano de 2019 em um Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa) no interior do Estado de São Paulo. O objetivo era ministrar aulas de desenho utilizando o método desenvolvido no século XIX pelos pintores Léon Gérôme e Charles Bargue, a fim de corroborar com o tema “União” sugerido pela instituição para as oficinas culturais daquele ano. O projeto final era um autorretrato, partindo do conceito de que aquela imagem não seria apenas um registro individual, mas uma imagem constituída por diversas vivências. Dessa maneira, a representação de si constitui uma forma de estar unido consigo mesmo e consequentemente com a sua história.
Menos de um ano após a realização do projeto, é noticiado a morte de um dos alunos e em poucas semanas é de meu conhecimento que um quarto dos demais já havia também falecido. Assim, para não permitir que esses jovens permaneçam na invisibilidade mesmo após sua morte, essa série busca por meio dos retratos levantar as problemáticas envolvidas não apenas na vida e morte desses meninos, mas de toda uma juventude periférica que sofre com genocídio promovido pelo Estado e consentido pela sociedade.
A obra consiste no retrato individual à óleo apenas do rosto desses jovens, sobreposto por uma tarja preta sobre os olhos, já que essa é a forma habitual que esses adolescentes finalmente são trazidos a luz quando apreendidos e expostos nos jornais mais sensacionalistas. Sua face e parte do pescoço é tudo que a obra revela, seu entorno é parte do fundo acinzentado que corresponde as paredes da instituição que os cerca. Parte da tela não é pintada para ressaltar que esses retratos não são esses meninos, mas apenas memórias, que censuradas, são anônimas e representam toda uma juventude que padece e uma cultura que permite isso. Por fim, um “X” vermelho é pintado sobre aqueles que já faleceram, como forma de identificar e dimensionar a extensão da violência para com esse grupo.
“A-1”, obra selecionada traz o rosto de apenas um, enquanto carrega a memória de tantos jovens que se foram antes e depois dele, ao passo que questiona a cultura que não os tem em sua memória.
 
 
3º Lugar Título: Arma de Versos
Minha arte é uma pintura da Célia Xakriabá, que esteve no congresso acadêmico da Unifesp 2021, ela é uma indígena ativista que durante da sua aparição no dia 20/06/2021, me deixou comovida com a sua poesia. Ela representa a cultura indígena e mantém a memória desse povo viva.
 
 
4º Lugar Título: Avós do interior
Avós do Interior é uma pintura à óleo em memória de meus avós, três deles que estão nela já se foram. A obra é baseada em fotos dos anos 80 e 90, bem na época em que a cidade Cachoeira de Minas estava começando a crescer, então pode-se perceber elementos culturais de cidades pequenas do interior, como as estradas de terra, casas pequenas de um único andar, poucos carros na rua, elementos verdes, e claro, famílias unidas (ou pelo menos querendo mostrar à sociedade que são unidas).
Os elementos culturais da época e bem pertinentes e estes fazem da pintura algo que representa o que existiu, como as roupas simples da época, as mulheres sorridentes com suas plantas e homens querendo mostrar sua virilidade o tempo todo (o que pode ser percebido pela expressão do homem na pintura).
A obra é toda baseada em memórias, visto que quase tudo nela não existe mais. É uma homenagem às pessoas do passado que não estão mais aqui.
Meu avós, em ordem, da esquerda para direita: vô Geraldo, bisavó Maria, vó Alice e vó Dita.
 
 
5º Lugar Título: A força da arte popular
Descrição: O grafite, por si só, já pertence à cultura popular. Mas quando evoca tradições culturais longevas e tradicionais, ganha mais força. No caso em questão, trata-se de um grafite no bairro histórico do Jaraguá, em Maceió, exaltando duas relevantes festas populares locais: o reisado e o bumba-meu-boi.