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Cientista da Semana: Renan Brito

7o termo do curso de Ciências Ambientais

Projeto de IC: Classificação orientada à objetos aplicada no mapeamento de ambientes da planície fluvial do Rio Purus, sudoeste da Amazônia

Orientadores: Fabiano do Nascimento Pupim

Vídeo: https://youtu.be/hHdN8i5H2pE

 

O que motivou você a começar uma iniciação científica? Esta é a minha segunda IC, e escolhi participar de um segundo projeto de IC porque quero ser um pesquisador. Gostei muito do primeiro trabalho, então quero continuar exercitando a prática científica, porque isso vai me ajudar no processo de me tornar um cientista.

O que você está pesquisando? Boa parte do território amazônico está sujeito à ação dos rios – erosão, deposição de sedimentos e alagamentos. Isso pode dar origem a ambientes com características únicas, principalmente na várzea dos rios. Minha pesquisa consiste em mapear os subambientes de várzea do rio Purus (no Sudoeste da Amazônia) e verificar se há associação entre os diferentes ambientes e as formas fluviais da várzea.

Como é a rotina no seu trabalho de pesquisa? Meu trabalho é exclusivamente realizado no computador, utilizando programas de geoprocessamento, como o QGIS e Google Earth Engine para manipular dados de satélites. Eu baixo imagens de diferentes satélites, como o Landsat 5 e o ALOS/PALSAR, que registram propriedades da superfície que vão além da nossa percepção. Depois eu uso programas que fazem os cálculos e classificam a superfície de acordo com as propriedades. O computador não faz tudo sozinho, pois eu preciso indicar amostras das imagens, escolher os parâmetros adequados e avaliar o resultado final. Seria muito interessante realizar trabalhos de campo para levantar dados localmente, mas isso está além do escopo do projeto. Além disso, a pandemia traria sérias restrições para isso, portanto, o fato de o projeto ser desenvolvido remotamente é o que o torna viável na questão da pandemia e financeiramente também.

O que você descobriu até o momento? No início eu tive muita dificuldade para obter boas imagens ópticas, pois a Amazônia tem um período úmido em que a superfície vive coberta de nuvens, bloqueando o registro das imagens pelo satélite. Mas já avancei bastante na classificação da área, e fica evidente que a várzea é um ambiente muito diversificado, com áreas que alagam certo período do ano, meandros abandonados que funcionam como lagos mais ou menos conectados ao canal e florestas de várzea de diferentes tipos. Tudo isso associado à variação sazonal da região, que controla o nível do Rio e a inundação da várzea. 

O que você mais gosta mais gosta na sua pesquisa? Me empolga muito fazer parte da ciência, embora eu esteja dando apenas meus primeiros passos. Durante a execução dos projetos, eu interagi com estudantes de vários níveis (alunos de graduação, mestrado e doutorado), e aprendi a usar ferramentas e técnicas novas para mim. Toda essa experiência é muito valiosa, seja no contexto acadêmico ou para o mercado de trabalho.

Qual o impacto da sua pesquisa para a sociedade? O mapeamento dos ambientes de várzea e a associação com a geomorfologia pode trazer dados muito interessantes que podem ser fundamentais para campanhas de campo em estudos sobre a biodiversidade da Amazônia. Ela mostra que devemos ter mais cuidado com o ambiente de várzea, exigindo uma mudança de postura da sociedade em relação a esses ambientes, que frequentemente são negligenciados.

O que mais você gosta de fazer, fora da vida acadêmica? Eu gosto de tocar violão e contrabaixo. Me interesso muito por ler, assistir documentários e jogar vídeo game. Como atividade física eu pratico capoeira, mas durante a pandemia isso não está sendo possível.