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A dialética entre a civilização e a natureza nos Estados Unidos apresentou um caráter bastante particular ao longo de sua história. A "Fronteira" (Frontier) foi o espaço em disputa ao qual o progresso foi entendido como uma luz que chegava à escuridão da wilderness, renovando-a através do combate ao mundo selvagem e seus habitantes. O herói do Oeste Americano foi, de diferentes formas, representado como alguém que matava indígenas, símbolos e adversários pertencentes ao mundo selvagem, mas também os "fora-da-lei" que desafiavam as leis da civilização. Por outro lado, a violência é também negativa, destruindo o sonho do homem comum e agricultor. A literatura entre os séculos XVII e XIX entendeu muitas vezes a violência como uma batalha entre o sagrado e o profano, e a ocupação do Oeste, um modo de levar a palavra divina, e regenerar o espírito e a pureza racial. No decorrer do século XX e XXI, o "gênero" dos Westerns, tanto em filmes, quanto nos games, deu continuidade a esse processo, e tematizou o papel ideológico e simbólico da violência como prática regenerativa da ordem social. Diferentes narrativas alegorizaram o papel dos Estados Unidos nas disputas internas e globais, e valorizaram o homem armado como o herói que resolvia estes conflitos.