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Conferencista: Prof. Dr. Glaydson José da Silva -Professor Associado do Departamento de História da EFLCH/Unifesp
Por longa data referência inconteste nos estudos sobre Roma, Jérôme Carcopino (1881-1970) pode ser considerado um dos maiores romanistas da História Antiga, figurando ao lado de eruditos como Theodore Mommsen e Mikhail Ivanovich Rostovtzeff. Carcopino consagrou-se, sobretudo, por sua vasta e diversa produção intelectual, frequentemente reconhecida pela erudição e pelo rigor do método. Secretário de Estado na área de Educação, com status de ministro, Carcopino esteve à frente do Secrétariat d’État à l’Education Nationale et à la Jeunesse, durante quatorze meses (23 de fevereiro de 1941 – 16 de abril de 1942), integrando a parte de notáveis, católicos(as) ou liberais conservadores(as) do novo gabinete de Philipe Pétain durante o Regime de Vichy (1940-1944). Essa experiência marcará de forma incontornável sua vida intelectual pós-libertação, período em que conhecerá um difícil processo de reabilitação, no qual conhecerá uma verdadeira experiência de exílio dentro da própria França – tema que será tratado nessa conferência.
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Conferencista: Prof. Dr. Lorenzo Macagno (Professor Titular do Departamento de Antropologia da Universidade do Paraná)
É a antropologia um saber “orientalista”? A quem pertencem as etnografias? Qual é a relação entre antropologia e colonialismo? Todas estas perguntas levantam vastos dilemas éticos, científicos e políticos. Esses interrogantes serão dilucidados através de uma exploração específica: o diálogo etnográfico entre Franz Boas, o fundador da antropologia cultural norte-americana, e Kamba Simango, um intelectual moçambicano de origem Vandau. Com a ajuda de Simango, Boas redigiu sobre o povo Vandau cinco artigos concernentes ao parentesco, à religião e à mitologia. Além de conhecer a Boas, nos Estados Unidos Simango se vinculou aos círculos da diáspora africana e do Harlem Renaissance; foi, também, amigo do panafricanista W. E. B. Du Bois. Cosmopolitismo, panafricanismo e autoridade etnográfica serão os principais tópicos desta apresentação.
Data: 31/10/2022
Hora: 17:00 (BR)
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Conferencista: Prof.ª Dr.ª Safa Jubran (professora associada de Língua e Literatura Árabe do Departamento de Letras Orientais da Universidade de São Paulo)
Em seu livro em prosa Memória para o Esquecimento, o poeta Mahmud Darwich descreve um longo dia de agosto de 1982 durante a invasão israelense ao Líbano e o cerco à Beirute, intercalando essa descrição por várias reflexões construídas em diferentes formas, resultando em um texto de muitas camadas, tanto temporais como temáticas. Em uma dessas camadas, ele elabora reflexões a respeito da memória (pessoal e coletiva), do exílio (símbolos e significados) e do papel da escrita diante do esquecimento imposto pela História. Como esses temas aparecem nessa obra é o resumo desta palestra.
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Conferencista: Prof.ª Dr.ª Eliane Robert Moraes, professora de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
O(a) imigrante ocupa, quase sempre, a posição de descobridor(a). Sua condição de estrangeiro(a), a viver em território desconhecido, implica invariavelmente o contato com uma terra incógnita, a ser desbravada e explorada. Daí que a fantasia da descoberta tenda, não raro, a se justapor à do descobrimento, abrindo amplas e estranhas possibilidades aos devaneios eróticos. Essa palestra visa apresentar algumas fabulações literárias nesse sentido, examinando em particular certas criações de Vladimir Nabokov e de Jamil Al Mansur Haddad.