Avaliação do potencial leishmanicida de plantas utilizadas por moradores do Quilombo Cambury, Ubatuba, SP, Brasil.

EQUIPE

Aluna: Érika dos Santos Brunelli

Orien tador: Eliana Rodrigues

Co-orientador: Prof. Dr. Luiz Felipe Domingues Passero

Colaboradora: Sônia Aragaki

Colaborador: João H. G. Lago

RESUMO

A etnofarmacologia visa registrar, por meio de observações e entrevistas, o conhecimento tradicional e popular de recursos naturais através de grupos humanos, tendo como um dos objetivos colaborar com o desenvolvimento de novos medicamentos. O Brasil apresenta uma extensa e rica diversidade biológica e cultural, porém os estudos etnofarmacológicos ainda são bastante escassos, estando concentrados, principalmente na floresta amazônica e mata atlântica. A mata atlântica é considerada o segundo maior hotspot do mundo, porém mesmo contendo diversas espécies vegetais, uma quantidade muito baixa é estudada sob a perspectiva fitoquímica e farmacológica. A leishmaniose é uma doença negligenciada e os medicamentos disponíveis possuem graves efeitos colaterais, sendo a fitoterapia uma possível alternativa terapêutica que vem buscando métodos eficazes e algumas vezes, menos tóxicos de tratamento. O presente trabalho busca realizar um levantamento etnofarmacológico entre moradores do Quilombo do Cambury, em Ubatuba, acerca das plantas que utilizam para tratar leishmaniose, e posteriormente verificar seus potenciais leishmanicidas, e caracterizar quimicamente os extratos bioativos. Para isso, serão utilizados métodos da etnofarmacologia para a coleta das informações e das plantas relacionadas aos tratamentos de leishmaniose; sendo os principais: entrevistas não-estruturadas, observação participante e diário de campo. Posteriormente, os extratos destas plantas serão avaliados mediante estudos in vitro usando a espécie L. (L.) amazonensis (promastigotas e amastigotas), a fim de caracterizar o potencial destas plantas. E finalmente, os extratos ativos serão submetidos ao método da desreplicação molecular. Espera-se que os dados obtidos neste estudo possam gerar novas possibilidades de potenciais bioativos na área de doenças negligenciadas, leishmanicidas.