Profa. Dra. Katarzyna Górka

Em busca da identidade: o campo da Antropologia Forense no Brasil. Bolsa CNPq - Pós-Doutorado Junior - PDJ – (2018 - 2020).

Resumo: A Antropologia Forense constitui um campo de enorme relevância para a identificação humana, sobretudo nos casos de alta decomposição ou total esqueletização do cadáver. A contribuição do antropólogo forense durante a investigação e interpretação dos restos humanos parcial, ou totalemnte esqueletizados é crucial. O crescimento recente desta área e a sua abertura no Brasil constitui uma excelente oportunidade e justifica a reflexão sobre o estado da arte desta disciplina no Brasil. A escassa produção científica nesta área, assim como a limitadíssima oferta de formação, legitimam uma análise profunda e detalhada. Portanto, o presente projeto propõe uma pesquisa multidimensional com enfoque tanto no aspecto acadêmico como no profissional da Antropologia Forense no Brasil. A primeira parte será realizada com base na análise de produção científica relacionada com este campo. A segunda parte implicará em um trabalho de campo nos principais Institutos Medico-Legais (IML) do país com o fim de conhecer o perfil dos profissionais desta área. Serão identificados os mais importantes centros de pesquisa e a produção científica neste âmbito. Será avaliada a existência de centros de formação nesta área e o perfil dos profissionais. Os resultados possibilitarão também a identificação e avaliação da estandarização dos métodos de Antropologia Forense utilizados nos IMLs. Com esta proposta espera-se obter um conjunto de dados inéditos a respeito da Antropologia Forense no contexto brasileiro que permitirão formar um panorama amplo e profundo deste campo no contexto brasileiro, o que contribuirá ao processo de desenvolvimento e consolidação da Antropologia Forense no Brasil.

Produções:

- Górka, Katarzyna & Plens, Cláudia Regina. The academic scenario of Forensic Anthropology in Brazil. IN: Brazilian Journal of Forensic Anthropology & Legal Medicine (BJFA&LM). Associação Brasileira de Antropologia Forense (ABRAF), 2020 (1): 29-43.

 

Dra. Deborah Regina Leal Neves

Memorial Virtual Doi-Codi-II Exército: um lugar para a memória sobre o maior centro de sequestro, tortura e morte da Ditadura brasileira.  Bolsa CNPq - Pós-Doutorado  - (2023-2027)

Resumo: Em 1969, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, em parceria com o II Exército, criou a Operação Bandeirante (Oban), como resposta às mobilizações sociais de oposição à ditadura civil-militar instalada em 1964, em especial aquilo que se convencionou chamar de “Guerrilha Urbana”. A estrutura clandestina monitorou, perseguiu e sequestrou pessoas com qualquer ligação a movimentos de oposição ao regime. Essa estrutura teve sede na área da 36ª Delegacia de Polícia, à Rua Tutoia, 921, em São Paulo. Em 1970, foi oficializada como órgão do Exército e renomeada como Doi-Codi, ampliando a atuação paulista para o restante do Brasil. Em São Paulo, se tornou o maior centro de aprisionamento, interrogatório, tortura, morte e desaparecimento do país, afetando diretamente ao menos 7 mil pessoas, a maioria delas torturada. Apesar de sua importância, apenas quatro estudos sistematizados contribuíram com o conhecimento do órgão que produziu práticas persistentes nas políticas de segurança pública brasileiras. O objetivo deste projeto é investigar a documentação produzida pelo Doi-Codi presentes no acervo Deops e correlatos produzidos em Secretarias do Estado de São Paulo – identificadas e a identificar – com a finalidade de contribuir com projetos de pesquisa em arqueologia em andamento, para atender às recomendações da Comissão Nacional da Verdade, e criar o Memorial Virtual Doi-Codi.