CANTEIROS MEDICINAIS PERIFÉRICOS
 
Grande parte da comunidade de bairros periféricos da cidade de São Paulo possui baixo nível socioeconômico e é inserida em um cenário precário de serviços de saúde, que contribui para um amplo uso popular das plantas medicinais. Neste contexto, e diante dos registros de intoxicações por plantas medicinais em pronto socorros de diversos municípios brasileiros, e por meio da implementação de canteiros medicinais, o presente projeto visa levar até as seis comunidades de bairros paulistanos, os benefícios e riscos envolvidos nos usos das plantas medicinais; sobretudo aquelas que fazem parte de seu dia-a-dia. Ainda, a partir das orientações cedidas pelos monitores, moradores dos bairros capacitados no presente projeto, espera-se que o público do entorno experimente diversas visões e utilidades das plantas em apreço, de forma eficaz e segura. Dessa forma, mediante a colaboração entre o CEE da UNIFESP e os seis bairros em apreço: BRASILÂNDIA, JARDIM SÃO BENTO, SÃO MATEUS, SÃO MIGUEL PAULISTA (MULHERES DO GAU), GUAIANAZES E VILA NOVA CACHOEIRINHA, serão implantados canteiros de plantas medicinais, bem como a elaboração de materiais educativos e informativos (folders, cartilhas, banner e audiovisual). Os canteiros serão construídos utilizando-se materiais recicláveis ou outros disponíveis na região. Toda essa estrutura (canteiros, materiais didáticos e formação de recursos humanos locais, acerca do uso racional das plantas medicinais), será destinada a atividades de educação, para os moradores do entorno, bem como para os alunos das escolas locais, que irão frequentar e utilizar as plantas disponíveis nos espaços de forma eficaz e segura. Ainda, a publicação de um livro sobre o desenvolvimento deste projeto, para que o mesmo possa ser replicado em outros locais; bem como um Seminário sobre o tema serão realizados ao final do processo.
 
Nas seis áreas, dois representantes (aqui denominados agentes comunitários) de cada área irão concorrer aos editais, e serão os responsáveis por executar a implantação dos canteiros. A equipe contará também com um agrônomo e um taxonomista, responsáveis pela aquisição, identificação e cultivo das plantas. Além dessas pessoas, a coordenadora de campo e a coordenadora geral farão parte da equipe. No início do projeto, será realizado um Seminário que reunirá os representantes das seis comunidades, além de todos os membros da equipe envolvida neste projeto. Serão realizados levantamentos sobre as plantas utilizadas em cada comunidade pelos moradores locais. Este levantamento será feito pelas duas agentes comunitárias de cada área, mediante o uso de um questionário. A partir dessa lista de plantas, cada comunidade irá indicar as três plantas mais frequentes indicadas naquele local, de modo que ao final deste levantamento o projeto contará com um total de 18 espécies de plantas medicinais. Os canteiros de cada comunidade serão abastecidos com as 18 plantas selecionadas. Concomitantemente a pesquisadora da equipe conduzirá um levantamento bibliográfico sobre cada uma delas(origem e distribuição geográfica, clima, adubação, dados agronômicos, eficácia,  segurança, entre outros). Serão fornecidos ainda, quatro livros para cada uma das comunidades, com as seguintes temáticas: plantas medicinais, plantas tóxicas e cultivo de plantas medicinais.
 
COORDENAÇÃO: Eliana Rodrigues